sábado, 1 de janeiro de 2011

O Marciano Hipotético assiste à posse de Dilma

Não quero falar por mim nesse momento. Não quero meu olhar, meus preconceitos, minha subjetividade invadindo esse post.
Por isso, com todo respeito, peço emprestado o Marciano Hipotético (MH) do Veríssimo para falar da cerimonia de posse da Dilma e despedida do Lula que acabou de acontecer.
O MH chegou a Brasília e se deparou com uma mulher elegante, bem posicionada, orgulhosa de sua vitória mas sem ares de superioridade. Não entendeu nada: “essa é mesma pessoa que parecia um tanque da divisão panzer? A mesma que não dizia coisa com coisa, que não juntava lé com cré durante a campanha?”
O MH sentiu o sinal dos tempos, os ares benéficos da modernidade e da democracia logo no início. No desfile em carro aberto, Dilma seguia orgulhosa na companhia da filha. Como assim pensou o MH? Não devia haver um marido, ainda que de fachada? Não, ela é divorciada, sem companheiro fixo e fez questão de levar a pessoa mais importante para ela: a filha. O MH não soube o que pensar direito mas gostou do que viu.
O MH que não estava muito interessado na posse parou pra ver. E foi ficando cada vez mais espantado. Não é que ela tem carisma? Não é que ela sabe fazer um discurso que emociona, que fala ao coração das pessoas e sabe falar de carinho e chamar as pessoas de “queridas”? A única coisa que o MH não entendeu direito foi  se os erros de português que ela cometeu (ao falar por exemplo previlégio) foram uma homenagem, um deboche ou um símbolo de que nada vai mudar daqui para a frente.
Mas o MH continuou prestando atenção e foi, ele mesmo, se emocionando.
Pensou: é um momento histórico sem dúvida. A primeira mulher na presidência, sucedendo um homem com 84% de aprovação, que não tinha mais onde colocar emoção. O MH chegou a temer pelo coração do Lula. Mas ninguém teve prantos incontroláveis nem tentou se atirar no caixão gritando: me leva junto!!!!!
O MH passou muito tempo desinformado (tanto quanto o ex-presidente) mas teve, durante essa posse um gostinho de esperança. Pareceu-lhe que, em 8 anos, a turma aprendeu a ser mais contida, mais civilizada, menos prepotente. Pareceu que a presidenta (como foi dito pelos locutores durante toda a cerimonia) está disposta a trabalhar e de fato contribuir para um país melhor.
Bom, o MH nem quis tomar seu drinque predileto dessa vez:  o Amoníaco! Duplo! Partiu para casa com o coração um pouco mais leve. Ele, só Deus sabe quando voltará, mas nós ficaremos aqui torcendo e tentando também trabalhar para que os sonhos de todos se concretizem.
Agora eu, que falei ontem da vergonha de ser mulher hoje sou puro orgulho. Por mais que não entenda a Dilma e suas expressões  faciais me pareçam sempre meio maléficas (falei que tinha preconceitos), me orgulho muito de que existam mulheres como ela. Trabalhadoras incansáveis, dispostas a aprender, a crescer e a mudar. Dispostas  a seguir melhorando sua obra todos os dias. Prestaremos atenção!
No mais, a Cristiana Lobo que é uma fofa, inteligente, perspicaz, e também dá orgulho de ser mulher, deu o tom do olhar feminino delicioso:  “ como é alta a Marcela Temer”,  “como emagreceu a Hillary Clinton”....e outras bobagens que só as mulheres são capazes de dizer com graça e suavidade e que tornam todas as coisas sisudas mais palatáveis!
No quesito elegância feminina não teve pra ninguém: Marcela Temer roubou a cena.
Ah! e alguém precisa avisar à Dilma que nada que estrangule o pescoço de uma mulher depois dos 40 a favorece. Nem mesmo uma linda e discreta pérola.
Feliz Brasil Novo para todos nós!


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