Tem tempo
perdido, tem tempo achado
Tem tempo
que aparece e nem era procurado
Tem tempo
que passa só no relógio
Porque
dentro da cabeça é um tempo parado
Um tempo
pequeno parece que voa
Um tempo
grande pode ser à toa
Uns podem só
contar a vida que acharam boa
Outros,
deixam soar o som que na eternidade ecoa
Se a vida é
um eco e nascer é o primeiro grito
Que bate em
paredes de tijolo, aço ou granito
Pra se
transformar em riso, choro ou outro sentir feliz ou aflito
Então o zig-zag
no tempo é tudo que estava escrito e não dito
É o estranho
passar das horas que enfim, de tanto passar
nos levam ao
fim, que sempre se junta ao começo
Porque um
dia se nasce, se grita, e vêm juntas dor e alegria
Em outro, se
morre e se sente o mesmo, só que do lado do avesso
Nem foi pouco nem muito o tempo que passou. Na verdade, ninguém contou.