sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Estou aprendendo a pedir ajuda!

Pedir ajuda acho que é dos gestos mais bacanas que a  gente pode ter. Reflete toda a  nossa humildade, nosso reconhecimento de que nem tudo podemos fazer sozinhos, e ainda facilita muito a vida!
Até bem pouco tempo atrás, se havia algo que eu não conseguia fazer, me encolhia, sofria muito, me escondia no meu canto até achar um jeito de resolver sozinha ou a coisa se resolver por ela mesma, por decurso de prazo ou falta de ação.
Quantas noites passei em claro remoendo um problema! Quantas vezes enfrentei hospitais sozinha, morta de medo, mas sem coragem de pedir ajuda! Isso nem era uma opção, simplesmente não passava pela minha cabeça.
De tanto fazer análise, de tanto aconselhar meus clientes a pedirem ajuda para aquilo que não tinham braço para fazer sozinhos, comecei a olhar pra mim mesma e enxergar que eu era exatamente o oposto. Acho que a maturidade também conta.
Não sei dizer quando mudei. Não foi  do dia para a noite. De repente me peguei colocando entre as possibilidades a pergunta: quem pode me ajudar?
E isso começou a fazer toda a diferença. Que rápido e com  menos sofrimento as coisas podem andar! Sim, porque se a gente não pede ajuda para não incomodar as pessoas, descobri que elas adoram ajudar. Tanto quanto eu gosto. Por que será que achava diferente?  E pedir ajuda e ser ajudado torna as pessoas ainda mais próximas, mais amigas, mais íntimas. Acontece subitamente uma cumplicidade que não haveria não houvesse essa disposição mútua em ajudar.
Um exemplo recente: tenho uma enorme dificuldade em jogar coisas fora. Não sei se é atávico (minha avó não jogava nada fora), se tenho necessidade de preservar meu passado em forma de coisas materiais (de outra forma parece que ele não existiu) sei lá...o fato é que tenho uma tralha acumulada de anos que me recuso a mexer (porque vou ter que decidir entre me desfazer ou não e isso é fonte de angústia), e ao mesmo tempo é uma fonte de tamanho igual ou maior o fato de ter tanta energia parada em casa. Tanta coisa acumulada que nem olho há  anos. Fora o espaço que ocupa.
Declarei internamente minha incapacidade  de lidar com essa questão. Fiz o que? Chamei uma amiga para me ajudar. Claro, escolhida  a dedo. É amiga queridíssima, me conhece muito mesmo,  adora arrumar coisas e saberia me dar o empurrão necessário para me fazer jogar as coisas fora ou até nem me perguntar – o que é meu desejo supremo! É a Cristina Motta, que sempre comenta aqui no blog e com quem vivo há anos uma amizade para lá de profunda.
Está andando que é uma maravilha! Já saíram MUITAS coisas. Eu peço para ela não me perguntar e ela respeita e só o faz em caso extremo. Não é uma delícia? Eu não posso mas tem alguém que pode.
Outro exemplo: recebi hoje de um cliente a solicitação de uma proposta de trabalho que é urgente e tem que sair muito bacana. Pedi logo ajuda correndo para outra amiga (duas pensam  mais e melhor que uma não é verdade?) Ela topou na hora e já estamos tendo boas idéias.
Assim deveria caminhar o mundo. Uns ajudando os outros.
 E o mais importante, na minha opinião, não é estar disposto a ajudar, é saber pedir ajuda e receber de coração aberto! Tenho certeza de que esse movimento leva a inúmeros outros movimentos antes insuspeitados!

Obs.: Acabo de receber a notícia de que minha filha que está em Angra com o pai está passando muito mal. Lógico que não vou conseguir passar essa  noite sozinha pensando nisso. Estou mega hiper ultra angustiada. Vou já ligar para alguém para pedir que fique comigo.....que conforto poder pensar assim!





5 comentários:

  1. elizabeth s p mundim7 de janeiro de 2011 às 20:25

    Sinto não morar aí e poder me oferecer p passar essa noite com vc.

    Tudo a ver sua reflexão e associo a algo q discuti recentemente c pessoas também muito amigas. Conversando numa mesa de bar nesse reveillon, falávamos de comemoração de aniversário e consequentemente, ganhar presentes. São duas coisas que não sei muito bem como proceder até hoje! Aniversário, adoro os das outras pessoas - o meu, prefiro sempre viajar na data ou seja, dar uma escapulida. Receber presentes, me deixa hiper sem-graça, digo que adoooro dar.
    Nesse momento, alguém me diz: vc precisa aprender a receber também, se sentir homenageada por aqueles q gostam de vc, etc.
    Lá no fundo, ficava a sensação de q não era "merecedora" de tanto carinho, de tantos elogios, de tanta "festa".
    Mas a partir dessa conversa, ficou claro um outro lado - a prepotência de quem não precisa ganhar nada, não é necessário q se "incomodem" comigo, enfim, eu me basto!

    Então, aí também é necessário ter humildade, saber receber aquilo q o outro me dá, agradecer o afeto implícito ali no presente. Acho que agora estarei mais atenta e me permitirei ganhar mais.

    Melhoras p Laurinha.

    Um abraço apertado...

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  2. delícia ler vc , Claudinha .

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  3. Beth querida!
    andava sumida aqui do nosso espaço hein?
    Que bom que o assunto veio a calhar com o que vc já vinha pensando. E é isso mesmo. Se vc gosta de dar os outros também gostam e o fato de vc não receber deixa, no mínimo, uma frustração em quem gostaria de te homenagear e te agradar.
    Reconhecer isso é uma delícia. No fundo, dar e receber são a mesma coisa, dão o mesmo prazer. Duas partes que se ligam uma pela alegria de dar e a outra pela alegria de receber.
    Beijos amada

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  4. Edu, vc não conta pq vc é meu fã número 1 rsrrs
    Brincadeira...adoro toda vez que vc elogia.
    Quer fazer o favor de me dizer o que vamos fazer no nosso aniversário?????
    Dar e receber??? rsrsrrs
    Beijossss querido

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  5. Amiga, ainda bem que conversamos antes que eu lesse a sua publicação, porque eu teria ficado aflita. Senti tranquilidade enquanto você me contava sobre a Lalá em Angra. Ela está bem...é o que meu coração me diz...intuí. Passou!

    O celular estará ao meu lado, à sua disposição.
    Mas eu também intuo que você já está bem e poderá dormir tranquila.
    (Você fez aquilo que te sugeri para dormir?)

    O dia estendido e o soninho pestanejante não me permitem estender o comentário, mas eu ainda quero agradecer pela sua confiança ao me entregar as suas coisinhas para organizar.

    beijo,

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