quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

O primeiro "chato" a gente nunca esquece


Dificilmente alguém deixa sua reação no Blog. É um “me fez pensar” aqui, um “interessante” acolá, mas são raros.
Outro dia, essa semana, me deparei com o primeiro “chato”.  Morri de rir na hora. Que delícia alguém ler alguma coisa de que não gostou e poder marcar logo: chato. Se houvesse a opção “muito chato” talvez a pessoa tivesse marcado, e ïnsuportável" entao?
Mas, depois de rir e achar divertido vêm as perguntas: quem será que achou chato? E por quê? Será que foi o assunto, minha forma de escrever, a falta de qualquer conclusão? A pessoa não gosta de filosofia – porque não é pra ser entendida ao pé da letra... O que será?
Sou muito acostumada a avalições de reação. Todo workshop ou palestra que faço tem sempre avaliação no final. E quero sempre ver! Quem gostou? Quem não gostou? E de que? O fato, pra falar a verdade absoltuta, é que estou muito acostumada com "excelentes" e quando vejo um "bom" já me desgosta um pouco.
Recebo muitas mensagens no Face, ou por e-mail dizendo: vá em frente, você escreve bem e tem estilo. Aí fico lendo textos e crônicas de autores que gosto muito e penso: “meu deus, quanto faltaria para chegar lá!” Acho tudo que escrevo uma droga e me consolo pensando que não me propus a ser uma boa escritora e sim a levantar assuntos do nosso dia a dia que me emocionam, que me fazem pensar, enfim... que tomam parte do meu tempo e da minha  energia.
Porque para escrever bem, penso que algumas coisas são fundamentais: talento, muita dedicação, e muita entrega genuína.
O talento, se se tem vontade, acho que a gente desenvolve se dedicando (claro que não estou falando de virtuoses cujo talento explode quer se dediquem ou não).  E é isso que não consigo ou nem sei se quero: dedicar-me. Escrever, re-escrever, buscar a melhor palavra, revirar a alma para saber se o que está dito é o que foi sentido. Fazer, re-fazer, melhorar.
A mim, me toma no máximo 15 minutos para escrever um post. Claro que o assunto já está na minha cabeça – é diferente de quem tem que lutar com uma folha em branco para até mesmo descobrir sobre o que vai falar. Isso é problema de profissionais...Sento, escrevo e publico.  Às vezes, depois de publicado, a coisa ainda fica na minha cabeça e vou dando uma “limpada” naquilo que, depois, me pareceu muito ruim. Mas só às vezes. Em geral, fica como está.
Quanto à entrega, a minha é sempre a máxima. Nunca falo de nada que não esteja realmente me “tomando” por dentro. Nunca invento um assunto e tento explorá-lo. Só falo aqui do que realmente me mobiliza. Não há como não haver sinceridade e entrega. O nível de exposição a que tenho me submetido me faz sofrer imensamente e mesmo assim vou em frente. Foi a forma que achei recentemente de me expressar. Hoje nem sei imaginar como vive uma pessoa que não se expressa, que era bem o que acontecia comigo.
Claro, há muitas formas de expressão. As artes em geral são consideradas as mais “nobres” por assim dizer. E há muitas vantagens em expressar-se através da arte. A pessoa fica “escondida”. Sabe que naquele quadro ou naquela música ela está inteira e isso a permite viver. Mas que sabemos nós apreciadores de quem pinta ou compõe uma música? Muito pouco.
O trabalho é uma forma de expressão também. Ou não. Aí depende de quanto coração se coloca nele, de quanta verdade interior ele remexe, do quanto ele inspira as pessoas. Caso contrário é só uma forma de nem lembrar que há muito a expressar.
Eu, com a falta de talento que Deus me deu, sou obrigada a escancarar a minha alma e deixar sangrar se for o caso.  Bem na cara de todo mundo. Sem subterfúgios. E fazer parar minha hemorragia num próximo post, de uma próxima vez.
Portanto, perdão se às vezes – ou muitas vezes, sou chata. Nem tudo que flui em nosso ser é doce, é gostoso, é engraçado. Pode ser amargo, muito amargo.




10 comentários:

  1. Concordo, nem tudo em nós é doce ou gostoso. Mas, copiando o deputado Tiririca, não é doce MAS É NÓS! Sou (somos) TUDO isto. Vá lá que a minha parte amarga seja a maior. Mas não nasci assim. Eu era doce e fui me aprimorando, melhorando até chegar neste sabor acre. Muito esforço, creia. Beijos amargos e estalados.

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  2. Humm....um baita esforço de reflexão!
    Quem dos meus amigos se esforçou para passar de doce a acre?
    Quem me mandaria beijos amargos e estalados?
    Quem escolheria a dedo um post antigo para fazer um comentário que tem tudo a ver com posts mais recentes?
    Quem eu estou pensando não é chegado a beijos estalados mas vá lá que sendo amargos...
    Eu quase posso afirmar que sei quem é mas vou respeitar "o anônimo".
    Mas, por outro lado,quem eu penso nunca concorda comigo...ai que encruzilhada...
    But i'll bet....vc é acre sim mas já pude perceber que sua doçura não foi muito bem disfarçada. Por isso gosto tanto de você. Digamos que, no máximo, vc conseguiu um sabor agre-doce que é fascinante.
    Beijos doces, amargos, estalados, longos e amorosos

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  3. Ah e muitos beijos silenciosos também. Quem sabe até à distância....

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  4. Adoro seu esforço para descobrir quem sou! Na verdade sou “anônimo” porque faço a maior confusão. Quando coloco meu nome, pedem minha (meu?) URL e fico achando se devo ou não tornar pública minha (meu?) URL. Então opto por anônimo. Mas que idiota que sou! Para que tanta explicação se você já sabia de tudo?
    Adorei sua resposta. Aliás da outra também, só que estou pensando como responder. A outra. Esta já emburaquei. Acho que está na pista certa ao perguntar quem escolheria um post (?) antigo. Eis a chave: ANTIGO! Mais uma pista boa: nunca concordar contigo. Nada mais fácil que discordar de você. Sabe, estou achando que você DE FATO não sabe quem é o anônimo. rsrsrsr
    Por fim começo a achar que beijos a distância são melhores. Mais românticos? Mais envolventes? Mais... é, são mais mesmo. BEIJOS

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  5. Bom, quero avisar que estou de péssimo humor. A angústia voltou e não estou nem um pouco a fim de brincar de detetive.
    Tudo que eu disse se aplica a qualquer dos meus amigos. São todos fascinantes cada um a seu modo.
    Mas, tenho apenas um que talvez eu achasse que fez esforço para ser amargo, Os outros, acho todos doces. Se não é ele, alguém está inventando uma história.
    Se é anônimo por não saber postar, assina no final que dá tudo certo.
    Só acho que não é mesmo ele porque ele não sabe o que é romance e, portanto, beijos românticos.
    Não respondo mais a anonimmos sem identificação, não importa o tamanho do meu amor.
    Tenha uma boa terde

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  6. Puxa, eu nem pensei que pudesse fazer tanta confusão. Ou não entendi nada? Beijinhos minha linda amiga. Paulo

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  7. É que Paulo, vc sempre comenta como Paulo. Senão, vc deixa evidente que é vc pelas brincaadeiras que já conheço.
    Quem disse que vc é amargo? E algum amargo fala as coisas que vc fala? De paixão, do romancee com a Marcia etc????
    Por isso confundi tudo. Tenho de fato um amigo amargo e que faz questão de sê-lo. Achei que fosse ele.
    Mas depois, falando em romance etc vi que não era, ele nem sabe o que é isso.
    Estava de péssimo humor, deculpa. Eu é que tenho que parar de tentar adivinhar coisas
    Beijos querido

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  8. Claudinha, eu é que me desculpo. Entrei numa de que estava sendo engraçadinho e só lá na frente é que vi a confusão que criei. Mas este sou eu. Ou seja, com estas “gracinhas” também. E sua resposta foi correta. Lamento a bobice. Te amo. Beijos. Paulo

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  9. Tá tudo certo e resolvido. Viremos essa página anônima rsrs
    Beijão

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