Nunca mais tinha sentido saudades da juventude. Nunca mais tinha me lembrado do quanto é bom ir a festas, me produzir toda, sonhar com o que acontecerá, sentir arrepios só de pensar em quanta gente interessante pode estar lá.
Estou revivendo tudo isso agora. Com uma menina de 14 anos.
Eles me chamam de “tia”. Mas não têm ideia de que a tia é igual a eles. Não posso deixar transparecer mas adoraria ir à festa com eles. Adoraria dançar até o sol nascer. Quero uma pulseirinha para entrar na festa! Me botem pra dentro por favor!
Eles pensam que os pais são diferentes. Como estão enganados!
Quero viver isso ainda! Quero ir a festas, me enamorar, seduzir, dançar muito, fazer o sucesso que fazia, me sentir o máximo, dormir sonhando, exausta....
Eu sou isso ainda.
Aliás, penso que o tempo não é absolutamente uma linha em que cada ponto sucede e apaga o ponto anterior.
Acho que o tempo é vertical, uma pilha de estados/tempo onde o mais atual deixa intactos os que já passaram.
A criança que fui continua existindo, a adolescente, a adulta..... cada uma dessas continua viva, como sempre foi e com as mesmas necessidades conscientes ou inconscientes. O tempo não apaga cada uma, o tempo acumula-as. Eu acho.
As minhas festas podem não ser iguais. Não tenho 15 anos Não sou mais tão romântica, mas ainda quero festas. Não sei por que tratei de esquecer aquela menina que adorava a ansiedade da espera, os preparativos, as risadas, a animação toda.
Resolvi isso hoje. Voltarei a dar festas. Voltarei a me divertir, a dançar, a exercer essa pedaço de mim que sou eu também.
Minha filha vai entender e adorar. Tenho certeza.
Minha filha vai entender e adorar. Tenho certeza.
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