domingo, 10 de outubro de 2010

Uma forma de sabedoria

Tenho uma grande e querida amiga de infância que além de muito inteligente, sempre foi reconhecida como uma pessoa muito prática.
Nos conhecemos aos 11 anos e passamos nossa adolescência entre gargalhadas e estudos, sempre nos divertindo mais que estudando mas conseguindo as boas notas que nos davam ótima reputação na escola.
Acabaram os anos dourados, cada uma seguiu sua vida, casamos ambas, nos separamos também, deixamos de nos ver por longos períodos, outros estivemos muito próximas. Por uma dessas coincidências da vida hoje moramos muito perto e nos vemos mais frequentemente.
Ela sempre foi das pessoas mais focadas que já conheci e , claro, está super bem profissionalmente, é uma executiva de sucesso, dois filhos rapazes e uma energia, uma alegria, de dar inveja a qualquer mortal.
AH! E nunca está sozinha. Sempre namorando, indo a festas, cinema, teatro, almoços, jantares.
Eu, claro, sempre me espanto porque isso é o oposto de mim e um dia perguntei a ela como era possível que ela sempre encontrasse homens que valessem a pena a ponto de nunca estar sozinha.
Ao que ela me respondeu:
- Depende do que você chama de valer à pena. Nunca procuro tudo de que preciso numa  pessoa só. Seria impossível achar.
E foi desfiando suas necessidades:

-Intelectuais, tenho meus amigos;
-Viagens, tenho meu trabalho que me proporciona estar cada hora em um canto do mundo;
-Dinheiro, eu tenho, não preciso do de ninguém;
-Ter meu tempo sozinha não é problema: geralmente durante a semana não encontro o namorado, fora os longos períodos viajando;
-Conversas íntimas e profundas, conto com minhas amigas
- Para minhas queixas, angústias e indecisões da vida, tenho minha analista!!!!

Assim, as únicas exigências, se podemos chamar assim, que ficam para o namorado é ser afetuoso, dar um colinho (de que quase nunca ela precisa), terem afinidades sexuais, gostarem da companhia um do outro, sem jamais quererem que o outro fosse diferente.
Não parece perfeito? Não parece o jeito mais inteligente e real de se relacionar com a vida e com as pessoas? Esperar de cada uma o que ela pode dar e estar perto de quem supre nossas necessidades daquele momento?
Porque haveríamos de querer que uma amiga sem religião nos levasse à igreja? É querer inverter a ordem das coisas e invariavelmente....nos decepcionar.
Há uma amiga certa para cada assunto, uma companhia mais adequada  para cada programa ou viagem, e um namorado a quem podemos entregar o nosso melhor sem fazer cobranças e exigências porque estamos “plenas”. Claro, com a plenitude possível. Ninguém mais na nossa idade acredita em contos de fadas.
Muito sábio  na minha opinião mas difícil de colocar em prática se você não é ela.Mas não custa pensar no assunto e tentar se for o caso.
E digo mais, deve estar dando muito certo porque outro dia vi no Facebook dela:
- “Não tenho tempo para nada. Ser feliz me ocupa todo o tempo!"

2 comentários:

  1. Querida,
    Muito inteligente essa sua amiga !!!! Gostei do post. Bj e sds
    Luiz

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  2. Ela é mesmo..rsrs
    O que não sabemos é se essa fórmula pode dar certo para todo mundo. Há os que buscam laços mais profundos com o(a) companheiro(a)...bom, nem sei se os dela não são profundos mas a fazem feliz e isso é o que importa.
    Bom saber que você me acompanha sempre. Isso me dá mais vontade de escrever. Tentar inspirar as pessoas de alguma forma.
    Bj grande e obrigada

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