Sexta-feira. Noite. Véspera de feriado. Sozinha.
Filha de 14 anos já sai sozinha, volta a hora que quer.... eu que achava que esse tempo nunca chegaria...
Ser ou estar sozinha é uma bênção quase sempre. Pensar, trabalhar, dormir a hora que der na telha, ouvir música, cantar bem alto: são coisas que sozinha vão muito melhor.
Assistir Dr House compulsivamente sem ter que explicar a paixão por um personagem! Não tem preço.
E não ter que avisar a ninguém quando você vai trabalhar até mais tarde? Ou resolveu ir beber com os amigos?
Deixar a casa uma bagunça o tempo quiser, alugar o telefone, ficar horas no computador, falar e escrever no Facebook, no Blog....ah! tem que ser sozinha!
E nos dias em que não quer conversar? Quer só se embolar no edredon e ficar muito zangada com você mesma porque comeu demais, porque não foi à academia, porque não cumpriu sua agenda. Qualquer pessoa seria um transtorno.
Mas e hoje? Que queria ter uma companhia especial? E hoje que estar sozinha está me matando?
Todas as bênçãos de todos os dias compensam esse rombo na alma de hoje?
Ou será que fui eu que nunca encontrei- ou não soube negociar, uma companhia que me desse todos os espaços e ainda ficasse comigo sexta, noite, véspera de feriado?
Não, acho que não tem isso. É escolha. Você leva o pacote inteiro qualquer que seja a opção: negociar, ceder, não fazer o que quer do fundo do seu coração se quiser ter alguém. Ou ficar sozinha quando não queria, não ter um parceiro para o sexo, para o choro, para as gargalhadas (a melhor parte...juro. é disso que sinto mais falta), ter que beber sozinha seu espumante, achar o que fazer para não se matar...se a opção for ser sozinha.
Eu resolvi ser sozinha. Assim, bebo, fumo , escrevo, sofro, choro, ouço música...é o preço! Pago sem muita dor sabendo que amanhã será outro dia e não sentirei mais falta de ninguém.
Mas o que é isso que estou dizendo? Nunca mais paixão? Nunca mais entrega? Nunca mais falta?
Eu não sei responder isso agora, estou um pouco bêbada. Mas se tiver que ser assim, assim seja. Já vivi tudo isso com muita intensidade. Não devo nada para a vida nem ela me deve. Estamos quites até o momento.
Mas que deveria haver um jeito de as duas coisas coincidirem lá isso deveria. Que bom ser você mesma sempre, o outro ser o outro e ainda poder haver amor e entendimento!
Vou confessar um sonho: ter alguém de quem eu pudesse dizer; “nos damos tão bem um com o outro que nunca pensamos um no outro: como as mãos esquerda e a direita.”
Não quero menos que isso.
Ai meu Deus !! Esse blog vai me fazer ficar mais uns 10 anos em terapia rsssss
ResponderExcluirQuerida, me parece que podemos encontrar respostas em cada uma das suas linhas.
Tenho aprendido que parece ser possível esses dois caminhos desde que não hajam concessões fatais. O resto é a dança.
Quanto ser como a mão direita e a esquerda,pode ser uma boa metáfora, porque até para que elas se movimentem precisamos do cerebro e também do coração.
Continuemos na busca incessante destas descobertas, mas não só no mental. Talvez aplicar aquilo que mais pregamos e acreditamos: na experimentação e na troca
bjs
Moniquinha,
ResponderExcluirparece que quem vai passar a vida em terapia sou eu. Você tem respostas muito mas consistentes.
Ai de mim que só sei pensar e experimentar é um sacrifício....
Onde foi que comecei a estranhar tanto tudo? Acho que sempre estranhei mas a juventude joga a gente no mundo e não dá pra parar. Agora, na maturidade (eufemismo brabo rsrs) o estranhamento cresce e o único lugar que parece seguro, confortável e conhecido (ainda que misterioso)é dentro de casa e dentro de mim mesma.
Bom, como sabemos, tudo são momentos e esse é o que estou vivendo. É bem verdade que está sendo um momento um pouco longo kkkk
Bjs querida
Nossas conversas no msn são mais engraçadas kkk
e ainda nem tentamos o skype !!!!