quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Monica Pontalti, uma amiga querida


Eu vivo dizendo que há pessoas que sabem tirar o melhor que a gente tem e outras que só soltam os nossos monstros.
Essas últimas são as pessoas que nos fazem sentir inseguras, menores, as que nos julgam – em geral mal, as que dizem sobre tudo o que fazemos que haveria um modo melhor de fazer, as excessivamente sinceras que não se incomodam nem um pouco se estão nos machucando ou não e nem questionam se tamanha sinceridade é mesmo construtiva, se saberemos o que fazer com ela, ou se é pura maldade para que nos sintamos mesmo péssimas de posse daquela informação gratuita.
Aqueles que são capazes de dizer, durante uma festa, que seu vestido não lhe caiu bem e deixar você a festa inteira querendo sumir sem nada a fazer para salvar a situação.
A que vêm essas gratuidades?  Dá prá imaginar quantas situações no mínimo desagradáveis pessoas assim são capazes de criar?
Todos esses comportamentos e atitudes, claro, machucam, diminuem e, provocam sempre, em algum momento, um movimento de vingança e revide  mesmo não sendo consciente (porque em geral nos recolhemos na nossa dor). E é aí, que os monstros aparecem.
Pessoas como eu, que tentam ao máximo ser gentis e não magoar ninguém de graça, têm monstros muito camuflados e sutis e nem por isso menos assustadores. Sei perfeitamente quando estou sendo má mesmo que só eu saiba disso.  E a minha maldade é cortante como uma navalha e detesto quando ela aparece.

Por outro lado, graças a Deus, existem aquelas pessoas cujo jeito de ser, de viver, suas crenças e leveza interna, só nos fazem colocar prá fora o que temos de bom.
Tudo isso para falar de uma grande, querida e necessária amiga: Monica Pontalti.
Essa que sempre comenta meus posts, que me dá força em todos os momentos, que tem uma palavra legal para tudo – nem que seja receitar própolis e chá de boldo...rsrs.
A Mônica é uma acidente na vida. Uma pessoa rara. É especialíssima, diferente, honesta, reflexiva sem no entanto alimentar minhas angústias e estranhamentos.
Mônica me inspira para a vida. Por pior que esteja, nossas conversas que começam sérias acabam em gargalhadas monumentais porque ela tem o dom de me fazer rir das minhas próprias mazelas e de me fazer não me levar muito a sério.
Não julga, não desconsidera meus sentimentos, não desqualifica minhas aflições.
Apenas tenta dar a eles a  devida dimensão e me fazer ver que o bom da vida é nossa amizade, nossos projetos, nossos papos e toda a teia de relações que de um jeito ou de outro são influenciadas por nós.
Não há problema que ela não tente genuinamente ajudar a resolver.
Depois de conversar com ela, sempre saio mais leve, mais otimista, mais alegre e com vontade de fazer coisas  boas por mim e pelos outros. É o que chamo tirar o bem de dentro das pessoas.
Só para completar, queria contar que, ainda por cima, trabalhamos juntas em muitos projetos. Com todas as nossas diferenças, dá para imaginar o quanto já deveríamos ter nos desentendido,  mostrado irritação ou até mesmo nos engalfinhado?  Sim porque não foram poucas as situações tensas porque já passamos. Nunca aconteceu. Respeitamos nossos jeitos, nossos tempos, torcemos uma pela outra, nos ajudamos, nos fortalecemos. E, sobretudo, rimos muito. Rimos de tudo e de nada. Apenas rimos.
Não é à toa que digo que a casa dela tem Lexotan. Basta pisar lá, já me sinto mais relaxada, calma e mooortaaaaa de sono rsr. Deitar no sofá enquanto trabalhamos não tem preço!
Menos preço ainda tem fazer uma amizade dessas na maturidade. Me sinto abençoada por isso.
Agradeço todos os dias e espero, cada vez mais, saber e merecer me cercar só de pessoas assim. Iluminadas!


7 comentários:

  1. Santo Deus como se começa a comentar um post desse, sem parecer rasgação de seda ??

    Primeiro é agradecer muito por alguém ter esse olhar e me ajudar nestas descobertas desse melhor que há em mim. Nem sempre a gente consegue!Quando conseguimos ...céus ...que sentimento maravilhoso esse.

    Acho que a metáfora da Claudia sobre como as coisas podem ser tão naturais como o movimento da mão esquerda e direita, tá ai ?

    Claudia e Eu não fazemos força para nos gostar, não precisamos nos conter para falar isso ou aquilo. Falamos!

    Que por pior que seja a situação, não há nada que nao possa ser conversado, resolvido seriamente de um jeito amoroso, bem humorado.

    Cara! vc nao tem idéia do quanto aprendo todos os dias nessas "trocas msns ou skypeanas "

    Torço pra que a gente possa levar esse jeito, esse olhar pras nossas outras relações.

    muito obrigada de verdade

    bjs

    ResponderExcluir
  2. Claudia, que delícia ter uma amiga que nos faça melhor do que já somos, é relamente um bálsamo!
    Mas o que me pegou nesse seu texto, foi quando vc diz da maldade, não do outro em relação a nós e sim das nossas "imperfeições". Ao mesmo tempo, somos certinhos por um lado e perversos por outro. Freud afirmou que o homem é perverso desde o ventre, e que as crianças já trazem essa marca em si. Essa dualidade interior nos coloca como seres cindidos.
    Vamos avaliando nossas ações e se preciso, contextualizá-las.

    Saudade

    ResponderExcluir
  3. Mas Beth, quando alguém pega nossas imperfeições para nos diminuir ou deixar inseguras, ou nos sentindo mal, não é uma maldade? Não nos detona a nossa maldade também?
    Sei da eterna luta entre o bem e o mal e o quanto somos as duas coisas. É por isso que precisamos da Ética e de alguma estrutura de valores que norteiem nosso comportamento.
    O nosso lado mau a gente tem que aprender a "domar"eu acho.
    Nem estou falando das crueldades que a gente vê nos jornais..essas prá mim são da área da doenças mentais....
    Vc, como psi, podia falar um pouco mais sobre isso
    Bj

    ResponderExcluir
  4. Se Freud fala isso coloco uma pitada pra gente pensar : somos perversos desde o ventre porque já carregamos outras vidas ?

    bjs

    ResponderExcluir
  5. Moniquinha, isso não é uma pitada, é um caldeirão de pimenta rsrrs
    Outras vidas é uma coisa muito complicada. Prá mim já é difícil lidar com essa, com outras então nem sei..
    Mas porque não? Se o bem e mal já nascem conosco talvez não tenham sido inventados agora...
    Para freudianos essa sua pergunta é uma heresia.
    A religião psicanalítica é atéia por definicão. Ou não Beth? Pega essa. Rssssss
    Vou mudar o nome do Blog para Reflexões de 3 comadres rssrs
    bjs

    ResponderExcluir
  6. Claudia, vc é mesmo uma figura!! Suas metáforas me matam de rir..
    Realmente, vidas passadas é um outro capítulo e não é minha praia. Até porque, acho muito sacana essa lógica dos espíritas, querendo que paguemos por coisas que não temos a menor consciência que cometemos em vidas anteriores.
    Em contrapartida, se FREUD escandalizou as pessoas da sua época com afirmações sobre nossa natureza perversa, a bíblia já afirmava isso muito antes dele. Freud ainda escreveu "O futuro de uma ilusão", por julgar que a religião atribui ao homem uma natureza boa, de beatitude; portanto, a psicanálise é considerada uma ciência mas ao mesmo tempo, não contradiz a fé, como se fosse uma ilusão, uma mentira. Não sei, agora, se fui clara!

    Meu convite prá postar no blog, expirou- quero mais.

    Um beijo prás comadres( gostei)

    ResponderExcluir
  7. Bom,vc e a Monica um dia vão ter que conversar mais. Ela é espírita e, portanto, só ela pode te dizer se a lógica do espiritismo é essa...Eu nao sei nada sobre isso.
    Por outro lado, ela faz psicanálise (que nem pensa em outras vidas). Assim, não sei como as coisas se ajeitam na cabeça dela.
    Moniquinha,se puder e quiser nos dê uma luz!
    Vou te mandar outro convite Beth
    Bjs garotas

    ResponderExcluir