terça-feira, 26 de outubro de 2010

Mrs. Dalloway

Estou meio sem tempo para escrever o que me vai pela cabeça - o que deve ser um alívio para muitos rs.
Mas não queria deixar passar em branco a releitura que estou fazendo dessa obra prima da Virgínia Woolf.
Quando a li pela  primeira vez, li tão rápido que sabia que uma hora teria que começar tudo de novo para saborear o que acho que posso chamar de LITERATURA na acepção mais elevada da palavra.
E ainda tenho certeza de que essa não será a última vez na vida que lerei o livro. Ele ainda me corta o fôlego e não consegui a calma e a atitude necessárias para tirar dele tudo que tem pra dar.
Não há palavras que definam a profundidade e a relevância de cada frase do livro.
Nada é por acaso, gratuito. Tudo é  desesperadamente importante, cheio de significados e ao mesmo tempo angustiante e  fatal.
Falar da competência dessa escritora é uma bobagem. O que ela me faz pensar é de onde surge um talento tão gigantesco que a faz percorrer quase todos os sentimentos humanos em apenas um dia da vida de uma mulher?  A que tipo de ser humano ela pertence? De onde lhe vêm as palavras, as frases que nos fazem parar de respirar, os personagens tão profundos e cheios da vida e da morte de todo mundo? Impossível saber e impossível não morrer de inveja.
Quem gosta de ler não perca. Mas prepare-se para entrar em um patamar perturbador de literatura magistral e correr o risco de ler esse livro para sempre e nunca mais ter a respiração normalizada. Ficar aprisionada como eu fiquei   Vale a pena.
Mrs Dalloway é um presente que ela nos deixou que pode estar além das nossas possibilidades de compreensão. Essa mulher que acabou cometendo suicídio e nos privando de sabe lá quantas obras magníficas. Ou não. 
Exauriu-se nos livros que escreveu e não viu mais por que continuar.























Nenhum comentário:

Postar um comentário