Sou do tempo, (nem tão longínquo assim) onde os estudantes, todas as semanas, levavam uma "composição" para as salas de aula. 'As vezes, o tema era escolhido pelo professor ou livre para estimular nossa criatividade. Essas redações, eram lidas para os colegas, depois de feito sorteios e assim seríamos avaliados diante da turma. Punidos, se não estivéssemos em dia com a tarefa estipulada para casa. Isso nos obrigava a pensar, refletir, estudar, até nos expor. Nem sempre era fácil, nos descabelávamos, a mãe ajudava (ah, como eu gostaria de escrever como a mãe, bonito) _ tudo fazia parte do aprender. Por outro lado, era necessário ler, interpretar e nesse exercício gradativo, íamos nos despertando para compreender o mundo...
Saíamos de férias, viajávamos, conhecíamos outras pessoas e a distância, nos fazia, na volta, escrever cartas. Ao mesmo tempo, ter o imenso prazer de esperar pelas respostas, contar segredos, até falar de amor.
Hoje, o grande buraco da educação, a meu ver, é a falta de incentivo em relação 'a leitura, a grande maioria dos jovens, não gosta de ler, escreve mal e consequentemente, tem pouquíssima bagagem. Deveria ser a escola, um lugar permissivo, onde as relações fossem cada vez mais profundas, o corpo mergulhado na escrita e os pés firmes na literatura!
Acho que sou um ser que já nasceu refletindo. Refletir sempre foi para mim uma questão de sobrevivência, já que sempre custei muito a entender e aceitar quase tudo que via e ouvia. E buscava nos livros as respostas e precisava refletir para ver onde entrava a vida no que diziam os filósofos, poetas, escritores e as religiões. E me acostumei, eu acho, a refletir. Hoje me permito refletir sobre qualquer coisa. Importante ou não. Sobrevivi e quero apenas conversar. Vamos?

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Beth querida! Quem bom que postou sua reflexão! Adorei! Sabe que outro dia li uma coisa muito a propósito do que você escreveu: o personagem de um livro falava sobre a pena que ele tinha de pessoas que não tinham a oportunidade de viajar ( e ler é uma viagem também). Ele dizia: "elas, como não podem se expandir exteriormente, também não conseguem se ampliar interiormente, não podem se multiplicar, e, assim, não têm a possibilidade de amplas excursões por dentro de si mesmas e desscobrir quem ou o que de outro poderiam ter sido" Não é exatamente o que gostaríamos que todos tivessem? Essa oportunidade tão rica e enriquecedora? Há imagem mai bela que "excursões por dentro de si mesmo"? Acho que conto nos dedos as pessoas que conheço que têm bagagem para essas excursões. As palavras promovem mágicas!
ResponderExcluirBjs e conto com vc sempre prima querida!
Claudinha, a princípio tive medo de invadir seu espaço, sabia?
ResponderExcluirMas seu retorno me mostra o contrário. Acho a proposta muito interessante e "tamu junto", como diz a moçada(rs). Ah, como eles se deslumbrariam através da leitura!!
Um beijo,
Linda, viajei quase o mundo todo por muito tempo, mas quando viajo dentro de mim, não sei se gosto muito. Acho que no crédito/débito estou devendo para alguém.
ResponderExcluirPost brilhante.
BjÃO e sds !
Luiz