quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Explico

O que quis dizer ontem, e acho que não consegui, era que parecia que tudo me dizia respeito. Apesar de todas as dores, individuais e coletivas, da pobreza a que assistíamos, das guerras, da violência, de todos os absurdos do Brasil, parecia que eu vivia em sintonia.
Ia para as ruas nos comícios, fazia campanha para quem acreditava, estava inteira naquele mundo cheio de desesperanças e delícias.
Então, a palavra certa não era orgulho, era uma sensação boa de fazer parte de algo que eu, mesmo com dificuldades, tentava entender e terminava entendendo. E tinha companhia nessa caminhada meio às cegas pelo final do século XX.
Hoje, deve ser a mesma coisa para quem está aí entre os 25 e 45 anos, um pouco mais, um pouco menos.
Essas pessoas, que estão vivendo e fazendo o mundo agora, devem sentir o mesmo conforto. Foi para mim que ficou estranho.
Eu é que perdi o bonde e escrevo para, quem sabe, conseguir uma mão que me puxe de volta mesmo com o bonde andando.

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