segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Explicações cobradas, explicações dadas


Acabo de ser questionada por uma amiga, que história é essa de postar que desejo um amor se há menos de um mês atrás, no post “Escolhas” fui muito clara ao afirmar que tinha escolhido ser sozinha e que isso me dava muito prazer.
Vou tentar explicar.
Estar sozinha realmente me dá prazer. Graças a Deus, tenho um monte de coisas que gosto de fazer para as quais não preciso de companhia, meu mundo interior é rico o suficiente, meus pensamentos e curiosidades sempre me acompanham, de forma que, em geral, estou bem.
Mas (sempre o mas) tenho meus espaços vazios. Sei que todo ser humano tem esses vazios e que jamais serão preenchidos por ninguém (essa cura é, por definição, impossível).
No entanto, no decorrer da terapia, tenho me dado conta de que grande parte da minha “certeza” de querer ser sozinha vem da enorme dificuldade que tenho de estabelecer verdadeiras “associações” com as pessoas.
Associar-se pressupõe fazer concessões, dividir, estar aberta (e, pasmem! Sou um ser impenetrável para muitos – essa sempre foi a queixa dos meus maridos), deixar-se conhecer, derrubar muros, entregar-se, desnudar-se, colocar-se, ser clara, dizer o que está bom e o que não está....trocar o tempo todo.
Não estou falando só de relações afetivas. Minha dificuldade de associações verdadeiras vai além. Passa pelo trabalho, pela família...A única área em que me sinto mais à vontade e em que sou mais capaz de entrega é a amizade.
Então, investigando esse terreno dos vazios e das associações, deixei escapar uma quase escorregada que ia dando com meu ex-marido (nada importante mas foi tão bandeira que não dava para não investigar).
E concluímos que não era o ex que eu queria ou precisava, mas sim de alguém. O ex era apenas a figura mais, digamos, à mão.
E, pensando nisso, resolvi quebrar ou tentar “desacreditar” e desconstruir esse dogma que criei para mim, qual seja, o bom é estar sozinha.
Como primeiríssimo passo, me ocorreu que tinha que mudar meu discurso. Se continuasse presa aos mesmos pensamentos evidentemente nada aconteceria.
E foi por isso que chamei o post anterior de Confissões Corajosas, porque precisei de muita coragem para me contradizer totalmente e assumir que lá no fundo, preciso me associar com todo meu empenho e vontade, sob pena de eternizar essa pessoa que sou hoje e da qual nem gosto mais tanto assim.
Deu pra entender? 

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