segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Confissões corajosas

Para os meus talvez 3 ou 4 leitores mais assíduos, não é segredo que esse blog é uma ferramenta que uso para ajudar a organizar meus pensamentos e entender até onde o que penso bate com o que sinto e, mais importante, se o que pratico tem a ver com o que penso e sinto.
Claro que às vezes quero só compartilhar uma coisa que achei bacana e adoraria, com minhas reflexões ou impressões poder inspirar pessoas a também refletirem sobre suas próprias vidas. Mas isso são efeitos secundários que nem dependem de mim.
Uma vez por semana vou à analista e faço minhas livres associações para trabalharmos focadamente nas minhas “curas” possíveis.
Esse espaço aqui serve como complemento ao espaço terapêutico. Claro que as associações não são tão livres, há alguma censura já que é público, mas me ajuda a não deixar embolar tudo na cabeça e a mudar de assunto já que uma vez escrito, o assunto já não me “aluga”mais. Passo pra outro. Nem dá pra dizer como isso é importante!
Bom, dito isso, estou agora refletindo  corajosamente e sem subterfúgios sobre o que quero afinal para a minha vida!
Sei que querer é diferente de sonhar. Sei isso porque se tivesse sonhos ou desejos muito intensos eu já saberia, não teria que fazer força para tocá-los e imaginá-los. Fariam parte de mim e os perseguiria sem medir esforços.
Acontece que tudo que é muito difícil ou trabalhoso logo me faz perder o interesse.
Se sou minimamente inteligente sou aquela inteligente muito preguiçosa.
Esse espaço, num único post, não vai dar para falar de tudo que quero ou penso que quero em todos  aspectos. Tornariam-no insuportável, mas a coisa que primeiro me vem à cabeça como um desejo genuíno seria  encontrar alguém que eu julgasse definitivo e me apaziguasse o coração. Daí, toda minha energia estaria liberada para focar nos meus projetos e na manutenção dessa relação sem ter que ter ansiedade, ciúmes e outros sentimentos que nos desconcentram e drenam nossa energia.
Parafraseando não sei quem “queria a sorte de um amor tranqüilo e profundo, com sabor de fruta mordida”....só não queria precisar de nenhum remédio para melancolia ou para dar alegria”. Ao contrário acho que do Cazuza, eu acredito que um amor pode trazer alegria e não só tédio. Se bem cuidado e curtido, acho que um amor pode ser a paz e a alegria que todos procuramos.
Desconfio que estou viajando numa utopia que nem eu mesma sabia que podia acreditar.
Acho que estou mais romântica que os românticos e isso parece muito sonhador. (mas quem disse que é proibido sonhar de vez em quando?)
Então, juntando o que já me ocorreu em outros posts, acho que posso colocar a coisa na seguinte sequência: forte atração que leva à paixão/ lua de mel/ sonho total ( que na minha idade é mais moderada) depois descobertas e aprendizados juntos  (aprender a viver juntos), formação da intimidade e do respeito (não querer que o outro seja diferente), fazer da convivência algo muito afetivo e cheio de amor e finalmente ficar em paz!
Ah! e algo muito importante que ouvi a Dra Cuddy dizer para o Dr House outro dia quando eles estavam no impasse de não saber se tinham algo em comum a não ser o sexo. Ela disse: “não preciso ter nada em comum com você. O que temos é incomum e  isso basta. O comum é só comum. Quantas coisas comuns já vivemos na vida e não nos bastaram?”
Fecho com ela. É o incomum que é excitante e oferece possibilidades novas até o fim da vida!

3 comentários:

  1. Há uma pequena semelhança entre o meu e o seu comportamento. Quando diz “Acontece que tudo que é muito difícil ou trabalhoso logo me faz perder o interesse.” você parece estar me plagiando. Dado o seu brilhantismo poderia ser ao contrário, ou seja, eu plagiando você, mas nasci bem antes, portanto... Eu me entrego a qualquer maior (ou menor) dificuldade. É preciso que seja algo realmente forte que me faça, apesar das dificuldades, continuar. Minha vida é cheia de desistências e você conhece algumas. Isto está ligado a uma acomodação, a um comodismo que às vezes me incomoda. Temos formações e informações diferentes. E você é uma pessoa muito estimulante. Acho que tenho mais do que um carinho e um tesão, uma enorme admiração. De qualquer maneira minhas desistências são menos “nobres” que as suas. Com muito pouco me satisfaço. Mas sabe que vou descobrindo na minha terapia que na verdade sou muito vaidoso. Bom, motivos para isto eu tenho. Sou alto, atlético, brilhante, belo, etc, etc. Mas a vaidade não é por aí. Eu desisto diante das dificuldades porque quero ser o melhor. Ao perceber que na empreitada que surge eu não serei o melhor, o admirado, eu paro. Ou como disse uma analista: “eu quero ser o fodão!”. Desculpe o termo, acho que á algo freudiano. Foi ela quem disse. Não é este seu caso. Você lida bem com sua inteligência. Mas concordo que o amor pode (e deve) trazer alegrias. Ou como disse:” Se bem cuidado e curtido, acho que um amor pode ser a paz e a alegria que todos procuramos. ”. Por enquanto é isto.

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  2. Meu querido anônimo que não podia ser mais conhecido: com nome e sobrenome.
    Adorei seu comentário e conheço suas desistências. Nossas desistências são diferentes porque eu desisto muito rápido daquilo que não depende de mim. Se tiver que brigar por alguém ou convencer alguém de alguma coisa e isso for "um pouquinho" difícil,FU-DEU. Não quero mais mesmo. Sou a melhor adversária do mundo. Aquela que se retira da briga na boa e rápido.
    Já no que depende de mim sou mais persistente, aí o que me falta é ambição e, como você , me satisfaço com pouco. Um pouco mais de esforço me levaria muito mais longe. Mas estou trabalhando isso na análise. Tomara que tenha jeito.
    No mais, é isso que adoro....conversar sem parar. Queria ser uma aposentada rica para só fazer isso rsrsr
    Bjs meu amigo estimulante, querido e com um lindo nome
    Escreva sempre!

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  3. Ah só mais um detalhe: eu não lido bem com a minha inteligência, eu "cago" para a minha inteliggência...é diferente.
    Bjs

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