quinta-feira, 6 de março de 2014

Amor virtual

Se eu morrer de repente..
Exausta, exaurida....  extenuada...
Quem saberá por que terá sido?
Quem terá uma noção exata?

Pensarão, é certo, que simplesmente...me excedi
Trabalhava demais... mal dormia  a exagerada!
Coitada.. não sabia priorizar, fazer planejamento!
- “A vida não é só trabalho!”
dizia-lhe o pai regularmente:
“ há família, saúde, lazer e casamento”...

Pra todo mundo menos ela
que teimava em viver apaixonadamente!

Não saberão nunca que o  que houve
Foi execução consentida, pactuada...
A vítima expunha-se, dava-se, oferecia-se 
O algoz, sensualmente, executava.
Ela dizia: - esfola!
Ele: - mata!
E numa compulsão desenfreada
Buscaram o desfecho extremo: ela jaz exangue, a vida exterminada.

Se eu morrer de repente ...
Saibam todos...
Terá sido de prazer exclusivamente
Terá sido de abandono e extravagância,
De entrega... extasiadamente!

E aqueles que me conheceram bem...
(deve haver dois ou três capazes de enxergar essa verdade)
Ao lerem essas palavras sorrirão disfarçadamente...
- “ela de fato era extraordinária!”.
O que não soube fazer na realidade
nem por isso não viveu.

Não morreria nunca de amor real? pois morreu de amor.... virtualmente”


Obs.: Encontrei esse poema em um velho computador.. Foi escrito em 2003 quando comecei a conhecer historias de romances virtuais.

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