sábado, 17 de setembro de 2011

What if?

E se eu quisesse mudar de vida agora?
E se eu resolvesse ser feliz e despreocupada?
E se eu esquecesse que tenho uma doença e nem pensasse no que ela fará de mim?
E se eu pudesse amar o mundo todo e ninguém em especial?
E se os homens não mais resolvessem por mim?
Se eu me achasse maravilhosa e parasse de me desculpar?
Se eu aproveitasse cada minuto como se fosse o último e não tivesse medo do ridículo?
Se eu batesse a porta e saísse por aí com a tranqüilidade dos que nada devem?
Se eu assumisse minhas fragilidades e nem ligasse para o que pensa o mundo?
Se eu achasse que o amor não é tão complicado e pudesse me apaixonar mais facilmente?
E se eu não confundisse sexo com amor? Prazer e dor?
Se eu me danasse toda mas realizasse meus desejos?
Se parasse de achar que a vida é uma sucessão de obrigações e uma chatice?
Se eu aproveitasse as facilidades  que deus me deu sem culpa?
Se eu ficasse irreconhecível?
Se eu mudasse o visual e nem me importasse em parecer um pouco burra, um pouco fútil?
Se eu ficasse invisível? Ou virasse estátua na pose que me conviesse?
Se nunca mais eu esperasse um telefonema?
E se eu nunca mais esperasse nada que não dependesse de mim?
E se eu eu, finalmente, parasse de fingir?
Parasse de encenar?
Assumisse minhas fraudes?
Rasgasse minha alma e abrisse minhas feridas que ficariam cheias de moscas e infeccionariam?
Se eu quisesse purgar todas as mentiras pela pele? Pelo pus que dela sairia?
E se eu quisesse derreter? Virar uma poça de sangue e de fluidos corporais nojentos?
Se eu quisesse agora, me revirar, vomitar, botar todo meu nojo pra fora?
Se eu quisesse, eu não sei se poderia ou conseguiria
Mas o se, é sempre uma porta que não se fechou completamente.






4 comentários:

  1. Querida La Claude. Se eu pudesse, estaria aí para "blogar" pessoalmente. Beijos saudosos. Adorei!! La Band

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  2. Band querida...sempre vejo no mapinha de acessos que aparece aqui, o verdinho na Alemanha... e penso: olha a Band lendo o Blog rsrs
    Queria mesmo muito que vc estivesse aqui...sinto muitas saudades. Ainda mais agora que pqp, a vida está uma merda de fazer gosto. Estou tentando ir levando com leveza e graça, mas sei não, a coisa está ficando esquisita .... Me escreva sempre please
    bjs amada

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  3. Claudia, outro belíssimo texto! E estou amando as suas imagens!
    A porta entreaberta... Pode sugerir o movimento do quase fechar, resignadamente aceitando o lado de cá (ainda que deixando a possibilidade, embora tímida, do que pode vir a ser)... Como pode sugerir o movimento contrario! E escancarar para a imaginação e sonho da vivencia plena do que é do lado de lá!!!
    Bjs

    Alice

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  4. Alice,
    estou me dando conta de que sempre espero com muita ansiedade seu comentário. Adoro quando eles vêm. A dúvida para uma "escritora" que engatinha é: quando vc não comenta é pq vc não gosta e não quer me dizer isso assim, escancaradamente? Ou porque não teve tempo ou saco? Adoraria saber que vc me diria: Claudia, nada a ver. Esse texto ficou chato ou superficial, ou bobo ou seja lá o que for....promete? A porta entreaberta veio exatamente do que vc disse. Não sei se vai fechar ou se vou conseguir escancará-la. Há uma esperança grande quando a gente vê que nehuma porta está fechada. Na minha cabeça, concluí o texto animadamente, com esperança. Não estou prisioneira. Mas tem uma coisa q queria compartilhar: comecei falando de "ses" meus, particulares e pessoais como a gente já conversou. Lá pelas tantas, eram "ses" possíveis, não necessariamente meus atualmente, podiam ser de qq pessoa, mas continuei usando a primeira pessoa. Pergunta: como vc sugere que eu tire esse tom tão pessoal sobre o qual já conversamos? Ou não tiro? Querida, sei que é difícil e talvez chato para vc mas vc é minha única interlocutora literária e levo sua opinião muito a sério. Bjs e estou te esperando. Essas respostas serão com vinho. Só não sei se na noite de gargalhadas ou na noite de falar sério - impossível prever.

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