terça-feira, 16 de agosto de 2011

Vivenciar o novo - que bom que é


 
Nunca fui dada a sonhos distantes e delirantes. Aliás, já disse em algum post um dia, que nunca fui dada a sonhos. Que nem sei de que matéria eles são feitos. Naquele momento, estava querendo descobrir, porque queria, muito, sonhar.
Ocorre-me ter alguns desejos que, quando percebo que são muito difíceis, imediatamente abandono como desejo, e nem lembro mais.
A fila dos meus desejos anda numa velocidade absurda.
Essa forma de querer meio não querendo, deve ter-me feito perder muitas emoções fortes, muitas alegrias intensas, e muita auto estima por vencer desafios.
Hoje, conversando por telefone com uma amiga que mora na Alemanha, me vi elogiando a coragem que ela tem, o destemor com que encara os maiores desafios, e a certeza que tenho de que, o plano que ela estava me contando, daria muito certo e rápido.
Voltando para os meus quereres. Com tantos desejos cambiáveis, eu nunca tinha  percebido que há coisas de fato impossíveis ( eu sempre desisto quando acho que é difícil demais) e, agora percebi, que não tenho a menor idéia de como lidar com elas.
Não me refiro a, por exemplo, querer ser astronauta aos 54 anos – projeto claramente impossível e que não me ocorreria como sonho. Esse tipo de sonho, acho que considera muito a razão – mesmo que inconscientemente, e não costumamos sonhar absurdos dessa forma.
O que nem de longe leva em conta a razão, o que não marca hora nem lugar, aquilo sobre o quê não temos o menor controle é o amor e seus possíveis parentes: atração extrema, admiração irresistível, vontade de conhecer profundamente, de continuar conversando para sempre, certeza instantânea de que aquele é seu sonho materializado.
Eu, que me achava imune a tais investidas do cupido, que já quis muito mas tinha desistido achando que era assunto encerrado pelo menos nesta vida, me vi com o coração trespassado pela flecha e não faz muito tempo.
Faltam palavras para descrever. Foi imediato. Não demorou nem um segundo. Uma flechada literal deve ser assim: pega a pessoa desprevenida, dá um baita susto, acelera o coraçãl, perfura sem doer, e.... não dá para extrair sem machucar muito.
Acreditem, a coisa é impossível de verdade. Não estou exagerando. E faço o que?
Não consigo pensar em outra coisa. Não consigo fazer a fila andar como sempre. Sei que tem muito pouco tempo mas...
Não sei se pode se dar o caso de eu querer alimentar o sonho impossível só para ter um sonho e, portanto, me sentir viva nos mínimos detalhes. Ou, se quero reter o fato por tão inusitado. Algo que eu acreditava impossível de me acontecer.
O engraçado é que sei que, no fundo, não quero ver essa pessoa de novo. No fundinho, lá no fundinho, talvez tenha medo de me desencantar, de constatar que é igual a todos e que, de fato, ele não existe mas foi puro produto da minha fantasia.
Não sei. Mas gostei de saber que não tenho ideia de tudo que ainda pode me acontecer.
Que não tenho o controle absoluto. Que ainda há um por vir!

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