Eu nem sabia,
Nem te conhecia
Onde você ia
Quando eu vinha?
Você era um rio que corria e correndo ria de tanto que
produzia
A energia da sua correnteza era de tal grandeza que você não via, nem ouvia
quem fluía na sua direção
Porque não te achei, por que não te olhei?
Por que a vida me fez pura desatenção?
Como atravessar a rua sem olhar e pretender não se
machucar?
Você porque muito fazia, eu porque sempre partia em
aflição,
Esqueci de lembrar que sempre soube que por baixo do oceano de
memória
que era minha imaginação,
Eu sabia que te amaria e para isso era preciso uma ventania ou um
furacão
Mas não
Foi num dia calmo, sem nenhuma agitação
Num desses pequenos acasos, tão pequenos que quase são
descasos
Eu fiquei muito quieta só com minha intuição de que dessa vez eu
veria o homem
que cantaria a minha alma e no lugar de Pessoa, me faria
companhia.
Mas vivo, alegre e engraçado
Mudando de vez minha sina de menina escondida
Que queria acreditar no gênio e no palhaço
No carinho e doação, na paz e na paixão
Um segundo de silêncio e o poeta cantou:
“Tudo que era o meu destino
na verdade nunca me
aconteceu
Pode ter acontecido
Pra alguma pessoa
Mas não era eu” ........
Ele queria tudo que o destino lhe tomou e acreditem, eu
também
Nunca mais fui a mesma , por ele totalmente encantada
E renovada pela minha própria visão da montanha isolada
onde,
por um quase nada,
dois seriam um sem nada descasado ou separado.
Nossos destinos felizes e reabilitados.
Foi um fato relevante e que poderia dar inicio a uma jornada
consistente, consciente e que fosse um presente – como eu estava
contente
Para quem andava só e já amava antes de saber quem
Mas não se pode interceder no que está escrito e
definido
Cheguei tarde e o poeta sem destino não se viu comigo,
E sem fazer alarde sumiu como quando ia justo quando eu vinha.
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