Fizeram –me
acreditar que seria simples.
Eu queria
amar e ser amada e, claro,
encontraria
meu par de chinelos velhos ou novos mas que garantiriam olhares lânguidos, caricias
macias e intimidade progressiva
Que
calçariam e aqueceriam meus pés com todo carinho e eu também os dele,
com ainda
mais suavidade porque eu era a mulher e ele o homem.
E assim
pensava eu com toda ingenuidade: mulheres dão, acolhem, alimentam. Homens
protegem, caçam e não deixam que nada de
mau aconteça.
Bastava que
nos conhecêssemos enough e saberiamos de
quem gostariamos
E, se a
tampa da minha panela também soubesse seu jeitão, teríamos meias, calor, feijão
e tesão
E pra que
mais?
Mas, que
pena. Ali pelo meio da vida descobrimos, em geral,
que ninguém
se conhece e nem ao outro. Que as escolhas são justo o oposto das que
trariam qualquer paz. Que feijão, meia e calor
literalmente são pouco. E como somos literais! E como não nos saciamos. E
queremos mais. E inventamos verdades,ou
mentiras só para ter álibis que nos justifiquem as confusões que criamos, as
análises, as físicas e metafísicas, os poetas malditos, as crises. As náuseas.
Quem nunca Sartreana náusea?
Só que eu
queria amar e ser amada. E russos, franceses, filósofos, religiões, não fazem
isso por mim.
E como somos confusos e com poucos parafusos,
acabamos escolhendo o que é difícil, sem considerar que o outro ou nos mostra no
espelho e aí saímos partidos ou faz uma competição de crueldade, num jogo de
poder que beira a insanidade.
Que bom,
que em algum momento mais tarde, sabia (mente) entendemos o papel de cada um.
Amamos de verdade sem falsidade ou vaidade.
Pelo menos
os que têm sorte. Quem não tem, até pode pensar que ela ainda vem e entra dia e
sai noite, a metade da laranja é uma esperança que nunca
se cansa de ser criança.
Amar e ser
amada é um sonho que nunca morre. Negue quem quiser.La l ala l ala sei que vão
me amar e eu igual. Quando, de que jeito e como será o encontro, invento um
sonho e pronto.
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