quinta-feira, 7 de novembro de 2013

O Curso do Amor na Vida



Fizeram –me acreditar que seria  simples.
Eu queria amar e ser amada e, claro,
encontraria meu par de chinelos velhos ou novos mas que garantiriam olhares lânguidos, caricias macias e intimidade progressiva
Que calçariam e aqueceriam meus pés com todo carinho e eu também os dele,
com ainda mais suavidade porque eu era a mulher e ele o homem.
E assim pensava eu com toda ingenuidade: mulheres dão, acolhem, alimentam. Homens protegem, caçam  e não deixam que nada de mau aconteça.
Bastava que nos  conhecêssemos enough e saberiamos de quem gostariamos
E, se a tampa da minha panela também soubesse seu jeitão, teríamos meias, calor, feijão e tesão
E pra que mais?
Mas, que pena. Ali pelo meio da vida descobrimos, em geral,
que ninguém se conhece e nem ao outro. Que as escolhas são justo o oposto das que
 trariam qualquer paz. Que feijão, meia e calor literalmente são pouco. E como somos literais! E como não nos saciamos. E queremos  mais. E inventamos verdades,ou mentiras só para ter álibis que nos justifiquem as confusões que criamos, as análises, as físicas e metafísicas, os poetas malditos, as crises. As náuseas. Quem nunca Sartreana náusea?
Só que eu queria amar e ser amada. E russos, franceses, filósofos, religiões, não fazem isso por mim.
 E como somos confusos e com poucos parafusos, acabamos escolhendo o que é difícil, sem considerar que o outro ou nos mostra no espelho e aí saímos partidos ou faz uma competição de crueldade, num jogo de poder que beira a insanidade.
Que bom, que em algum momento mais tarde, sabia (mente) entendemos o papel de cada um. Amamos de verdade sem falsidade ou vaidade.
Pelo menos os que têm sorte. Quem não tem, até pode pensar que ela ainda vem e entra dia e sai noite, a metade da laranja é uma esperança que nunca se cansa de ser criança.
Amar e ser amada é um sonho que nunca morre. Negue quem quiser.La l ala l ala sei que vão me amar e eu igual. Quando, de que jeito e como será o encontro, invento um sonho e pronto.

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