Adoraria colocar mais açúcar em meu olhar, abanar o
rabo, babar
E ter a
sabedoria de só amar. Incondicionalmente.
Adoraria saber voar e cantar de manhã e ao entardecer
e
Ser o anjo alado da celebração da vida e do eterno renascer
Adoraria ser uma grande e plácida montanha, coberta de
árvores silenciosas
E saber para sempre calar e viver ao sabor do vento,
do jeito que soprar
Se não sou criatura divina, nem cão, nem pássaro, nem
montanha, nem árvore
Se sou ser das trevas e do pecado; se comi a maçã que
não devia
Para que teimam em me comparar com esses seres a quem
não foi dado tão simplesmente:
pensar?
Estou muito cheia das frases de caminhão dos monitores
de tela plana;
Estou muito cansada das eternas repetições de bobagens
cheias de pretensão;
Da mediocre
auto ajuda ocidental maquilada de sabedoria oriental do Dalai Lama;
Dos conselhos tibetanos, atirados aos porcos de Copacabana.
Dos conselhos tibetanos, atirados aos porcos de Copacabana.
Não sou cachorro, passarinho, pedra, lago, árvore e
nem montanha
Sou gente: outra composição
Tenho neurônios que se ligam em sinapses complicadíssimas,
eles não.
Sendo assim, temos questões diversas: nossas matérias,
saberes, pensares e quereres
são diferentes: por definição.
Penso, existo. Todos os outros existem sem pensar.
Por favor: parem de nos comparar!
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