sábado, 21 de maio de 2011

Quem acha são os achadores diria meu velho pai


Hoje minha querida leitora e prima mineira chegou ao Rio. Ainda não nos vimos, mas falamos pelo telefone e ela comentou que a doença tinha me pegado numa fase ótima. Em que eu estava produzindo, escrevendo muito e que sentia falta das “Reflexões”.
Eu confesso que não sinto falta, mas me pus a pensar em por que. E disse a ela: “eu escrevia sobre coisas que eu achava – mesmo que fosse por um dia, não escrevo mais porque não acho mais nada”.
E aí....me deu vontade de falar disso.
Vou contar: no fim de semana passado, vários consultores da empresa onde trabalho e eu, fomos fazer a convenção de uma empresa em um hotel fazenda belíssimo no interior de São Paulo. O dono da empresa, um homem brilhante, foi também e lá pelas tantas estávamos conversando sobre outras pessoas e ele ia dizer: “eu acho que...”, e parou. “Eu não acho nada”, concluiu.
Aquela frase disparou direto para o meu coração. É isso! Eu não acho nada sobre nada. É isso que está me acontecendo nesse momento!
Se não acho nada, sobre o que escreverei?
O que achei da morte do Obama Osama Barak Bin Hussein Laden? Nada.
O que acho do governo, da economia, das falcatruas? Nada.
O que acho desse mundo louco em que vivemos e teimamos em não tentar melhorar? Nada.
O que acho de ter uma mão deficiente e de ter tido uma doença cuja probabilidade de me atingir era a mesma que ganhar na mega sena? Nada.
O que acho sobre qualquer pessoa, o que fez ou deixou de fazer? Nada.
Ora direis...quem não acha nada é porque não se interessa por nada e isso é sinal de depressão.
Errado. Não estou infeliz, nem deprimida, nem triste. Muito antes pelo contrário.
Estou em plena calmaria.
Só não ando achando nada.


4 comentários:

  1. Existiu um poeta maluco beleza que disse há tempos atrás
    "Prefiro ser
    Essa metamorfose ambulante
    Eu prefiro ser
    Essa metamorfose ambulante

    Do que ter aquela velha opinião
    Formada sobre tudo
    Do que ter aquela velha opinião
    Formada sobre tudo

    Eu quero dizer
    Agora, o oposto do que eu disse antes
    Eu prefiro ser
    Essa metamorfose ambulante

    Do que ter aquela velha opinião
    Formada sobre tudo
    Do que ter aquela velha opinião
    Formada sobre tudo

    Sobre o que é o amor
    Sobre o que eu nem sei quem sou

    Se hoje eu sou estrela
    Amanhã já se apagou
    Se hoje eu te odeio
    Amanhã lhe tenho amor

    Lhe tenho amor
    Lhe tenho horror
    Lhe faço amor
    Eu sou um ator

    É chato chegar
    A um objetivo num instante
    Eu quero viver
    Nessa metamorfose ambulante

    Do que ter aquela velha opinião
    Formada sobre tudo
    Do que ter aquela velha opinião
    Formada sobre tudo

    Sobre o que é o amor
    Sobre o que eu nem sei quem sou

    Se hoje eu sou estrela
    Amanhã já se apagou
    Se hoje eu te odeio
    Amanhã lhe tenho amor

    Lhe tenho amor
    Lhe tenho horror
    Lhe faço amor
    Eu sou um ator

    Eu vou lhe desdizer
    Aquilo tudo que eu lhe disse antes
    Eu prefiro ser
    Essa metamorfose ambulante

    Do que ter aquela velha opinião
    Formada sobre tudo
    Do que ter aquela velha opinião
    Formada sobre tudo

    rs às vezes é bom
    bjs

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  2. Claudia, adorei! Não achar nada é muito zen! Acho que, sem querer, você "achou" a fórmula! Bjs
    Ana Gibson

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  3. Ana querida,
    primeiro quero comentar o quanto AMEI ter conhecido você. Quando eu iria supor que havia gente tão interessante e especial na família que eu nem sonhava em conhecer! Não quero mais te perder de vista!
    Quanto a ser "zen", também adorei, muito embora tenha acabado de publicar um post já "achando" alguma coisa rsr. Tenho certeza de que "acho" cada vez menos e isso, de fato, tem me dado uma paz muito grande.
    Bj enorme querida. Vamos nos ver!

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