terça-feira, 24 de maio de 2011

Elementar, meu caro Watson

Conheci Watson ontem, no programa Espaço Aberto: Ciência e Tecnologia que nunca perco.
Fiquei encantada. Não com Watson propriamente, mas com a equipe que o está desenvolvendo na IBM.
Muitos devem ter visto então não vou me alongar muito descrevendo Watson. Quem não viu, vale a pena entrar no site da Globo News para ver. Eu acho. Bem, parece que estou começando a "achar" alguma coisa.
Bom, uma equipe de engenheiros da IBM tinha um ano (e não mais que isso), em investimentos para desenvolver um computador que respondesse a qualquer pergunta formulada por humanos.
A princípio parecia impossível. Todas as tentativas de fazer uma máquina “pensar” da mesma forma como os humanos pensam, têm fracassado retumbantemente.
Imaginem o desafio!
Então, a primeira questão, era descobrir como Watson – o nome de batismo da máquina, saberia as respostas sem ter que “pensar” como nós.
Essa foi a parte que mais me fascinou. Aqueles engenheiros formularam um processo tão diferente, tão criativo e tão “fora da caixa”, que fiquei pensando que realmente TUDO tem solução desde que as pessoas se dispam dos pré-conceitos e consigam partir de uma folha realmente em branco.
Não é fácil nem elementar, meu caro Watson.
Desprender-se de tudo que você conhece e já viu e criar algo inteiramente novo, e, sobretudo, sem nenhuma garantia de que possa funcionar, deve ser um dos processos de criação mais excitantes e empolgantes do mundo.
Continuando, já que Watson não poderia “pensar” como nós, eles acharam que poderia “pensar” da seguinte forma: feita a pergunta, Watson a partiria em pedaços e, de forma paralela, vários computadores iriam pesquisando em aproximadamente 2 segundos tudo que houvesse na base de dados sobre cada parte da pergunta. E simultaneamente, ele mesmo iria estabelecendo o grau de correlação que houvesse  entre a palavra pesquisada e as referências existentes nas bases de dados. Ou seja, Watson não só responderia, mas saberia quão certo estaria da resposta. Ele saberia as chances de estar certo ou errado.
Estou contando totalmente grosso modo, mas é sensacional.
Depois de meses de trabalho, a equipe fez um “show” de perguntas e respostas em que participavam Watson e dois humanos. Que delícia ver o delírio da equipe quando Watson dava a resposta certa e a decepção quando ele não sabia.
Pareciam pais torcendo por seus filhos. Confesso que deu uma certa inveja daquelas pessoas tão entusiasmadas e envolvidas com seu projeto.
Mas, e isso também me fez pensar, é justamente quando Watson responde errado que eles têm a chance de melhorar o processo. Porque ele não soube? Onde foi que o processo falhou?
E assim, Watson que parecia um sonho impossível, está virando uma realidade cada vez mais palpável que poderá ajudar todas as áreas da ciência a se desenvolverem.
Não é possível toda a literatura médica, por exemplo, estar acessível imediatamente ao cérebro de qualquer médico.
Imaginem que se possa perguntar por esse ou aquele sintoma, combinado com tais fatores genéticos e de risco, mais o resultado de tais e tais exames e Watson, em 3 segundos (o tempo que ele leva para responder qualquer coisa), sugerir diagnósticos, contar casos já ocorridos enfim... o céu é o limite.
Só fica uma questão, sobre a qual penso que vale a pena refletir e que Watson nos coloca: será que fazemos as perguntas certas quando queremos uma resposta?


Link para o programa:

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1465938-7823-PROGRAMA+TENTA+ENTREVISTAR+O+SUPERCOMPUTADOR+WATSON,00.html

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