segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Meus poemas dos anos 80

Vou aqui fechar um ciclo. Eu tinha a forte impressão de que só agora, depois do Blog é que me aconteceu fazer poesia, gostar de fazer poesia e mais: querer me aventurar a ser poeta. Mentira. Remexendo minhas coisas, encontrei uma pasta que não tem data mas me parece toda escrita nos anos 80. Tudo escrito a mão, papéis amarelados e assuntos que pelo menos alguns, posso reconhecer. Li, me emocionei e não julguei.
Boas, más, infantis, não importa. Em algum momento, lá atrás, o ímpeto de escrever já me tomava e quem pode garantir que foi aí que começou?
Então, para que eu saiba ao certo de onde vim e com sorte, possa fechar esse ciclo, preciso colocar isso no Blog.
Como nada tem data, escreverei aleatoriamente, mas me parece que tudo foi muito próximo. Não se condoam com a  tristeza que muitas vezes aparece. Ela foi minha companheira de vida e hoje é muito menor do que já foi um dia.
É bastante coisa mas vou colocar tudo de uma vez. Quem não tiver saco, pula essa. Não faria sentido picotar uma fase que no mínimo tem 30 anos.
Rezem para o meu baú não ser igual ao do Raul.
I – Nenhuma hora do dia
Nenhuma hora do dia
Me parece a hora de fazer nada
O dia afugenta o eu mais interior que à noite, na cama tenta aflorar
O dia adormece as ideias e entorpece os pensamentos
Preciso estudar, não consigo
Há em mim uma ânsia constante que me é inexplicável
Uma constante agitação interior
Um desconforto que é da alma
Um constante ter que fumar, comer, levantar, ler dez livros diferentes,
Declamar, falar sozinha, cantar e até dançar.
Não tenho paz, tranquilidade, estabilidade
Hoje quero, amanhã não
Hoje gosto, amanhã não  mais
Agora penso uma coisa, em cinco minutos, outra
Hoje sou uma, amanhã não sei quem serei
Não tenho explicações, tenho fatos
Não consigo ser a analista de mim mesma
E a luz intensa do dia, parece que acorda todo o turbilhão
E ele me domina e amarra os sentidos como pés e mãos.
A noite é diferente
A noite vem leve, vem nua, vem como um sopro fraco e longo e se instala
Vem transformando essa maldita claridade – que é linda!
Num escuro que é só exterior e faz a alma se sentir iluminada.
Parece que na fronteira da consciência existe uma lucidez impossível.
Perto de dormir, me vejo e reconheço
Me explico, me desembaraço e tenho paz
De manhã já não lembro, já não sei
Tenho apenas a sensação do que foi essa viagem ao interior de mim                                                              
Adoraria poder escrever esses passeios, mas não posso
Nunca posso me levantar. Tudo é tão leve e fluido que qualquer roçar de pluma, transformaria o lindo sentimento
Em fragmentos dispersos e sem volta.
Há poesia em mim nesses momentos
Há beleza mesmo diante das visões mais feias
Há a paz de quem sabe que dali para a frente só o sono e a inconsciência

II -Bolo de Chocolate
Feito em casa, uma “dilícia”
Foi dado com muito amor
Em meio a enorme alegria
Ao querido professor da nossa “acadimia”

O bolo era modesto
Tinha só um andar
Deu o que falar deu história
Sem cascatas nem dizeres, o bolo deu até dedicatória

Sem deboche: comi o o bolo
Ou antes a imagem, o pensamento
A ideia doce e macia
Com perfume até por um momento
Comer, querer....
O que é difícil ou fácil não importa
Querer, prá mim, dispensa o complemento

Tenho um lado irremediavelmente cínico
Irresponsavelmente debochado
Mas é só um lado, não dói
E pelo menos torna tudo muito mais engraçado

Agora vou te contar um segredinho
Não sei se devo mas é verdade
Não sei cozinhar nem feijão nem arroz soltinho
Mas tenho uma especialidade
E, meu deus, que ironia!
É um bolo de chocolate!
III – Isso é feio
Isso é feio
As pessoas não podem ser assim
Precisam demonstrar solidez e segurança
Precisam ter ares de bem sucedidas e estáveis
Precisam de um leve sorriso de – venci!
Fora isso, não se é confiável nem potencialmente amável
Por isso, esconda suas frustrações, seus medos, seus receios
Estrangule com um lençol suas incoerências, suas dúvidas.
Estude um comportamento definitivo
Estampe na cara um sorriso complacente
Ajude o próximo, seja bom
Não deixe escapar nenhum sentimento descortês
Guarde suas tragédias interiores para antes de dormir
Promova seus sucessos e esconda muito bem seus fracassos
Use bonitas roupas e gostosos perfumes
Tenha um belo carro e as chaves de uma casa própria
Jante em restaurantes, sorria
Ilumine os salões com sua cara limpa e barbeada
Agarre a máscara que você compôs e grude-a com muita cola de hipocrisia no rosto que jamais será seu
Ajude os outros, crianças a jovens a construírem suas próprias máscaras
Mostre a eles o caminho da verdade social
E siga com a festa
Você lindo, recomendável, confiável
Com sua companheira mais deslumbrante e cheia de brilho
Dancem, riam, façam concursos de máscaras, aproveitem porque é só isso
e....
danem-se.
iV – Quero agora me relatar
Quero agora me relatar e delatar
Quero me entregar
Admito a culpa e sento, tranquila, no banco dos réus
Não porque espere a absolvição ou perdão
Mas porque julgada, terei clareza do porque da minha prisão
V – Vou passar mais uma noite aqui
Vou passar mais uma noite aqui
A angústia me corrói
Chego a quase sufocar
Não sei o que fazer
E, ai meu deus, como dói

Pensei um vida diferente
Lençóis macios, flores na mesa
Onde o engodo? Onde o erro?
Que é isso que agora desmente
Todo o sonho de que fui presa?

O que é essa angútia, esse medo
Esse querer me mexer sem conseguir?
Essse constante quero e não quero?
Essa vontade de ficar e de partir?

O que me vai no fundo da alma?
Como chegar aa saber?
Só tenho perguntas sem respostas
E queria tanto um pouco de calma.
VI- Não sei o que faço de mim
Não sei o que faço de mim
Para onde levo a minha vida
Tenho medo que não tenha fim, essa eterna despedida

Tenho vivido sem viver
Estado sem estar
Estou sempre na iminência
Alguma coisa sempre está por acontecer
VII – A vida é uma só
A vida é uma só
E é tão difícil fazer a opção entre lutar pelo que se é – no fundo
E assumir o que se deve ser!
Desespera pensar em matar para sempre o que em nós existe
De mais íntimo e pessoal
Mas é tão pouco provável vencer de verdade  a luta por não morrer!
Errar ou acertar!
Eis uma única chance, uma única vez!
Mas é já tarde pra decidir e o melhor é dormir
Existir por fora sabendo não ser essa a verdade
É pior que todas as provações, todas as  torturas
É não sentir-se sendo
E sendo apenas para existir
O mal de tudo está em pensarmos
Os que não pensam, e por isso não sofrem
Passam a vida preocupados só com comer e ir vivendo!
Com prazeres do corpo e da carne
Ficando a alma esquecida
E quando tem sido lembrada, não passa de coração.
Não sei de nada
Não sei nem se seria mais feliz se não pensasse
Mas penso e isso me basta para invejar a inconsciência
Que pelo menos errando,
Não tenha eu tempo de pensar no que fiz de mim
E não possa me arrepender!
Viii – É possível olhar
É possível olhar e ver o instante,
Sem ser o mais importante
Olhar pra fora, mudar o centro
E ver tudo, ainda com os olhos de dentro

É possível dizer não ao fardo supérfluo
Carregar só o peso inevitável
Descartar as dores inventadas
E, de todo, ver sempre as coisas engraçadas
É possível não fazer sacrifícios
Juntar sempre ao mal algum astral
Que nada seja tão horrível
Eu sei, tudo isso é possível

Ser feliz e, no entanto, consciente
Essa a maior tarefa, a maior missão
Não importa se temos dor de dente
O importante é que não seja uma prisão

Este é um projeto de vida
Estando já resolvido
Que feliz terei vivido
Estando já planejado
A vida e o sonho imaginado

Feliz de quem vive esta vida
Feliz de quem se mantém feliz
Eu não posso que sou louca
Não posso que sou atriz.
  iX – Só nessas horas
Só nessas horas lamento não ser poeta
Nas horas críticas da síntese
Em que seria preciso que uma palavra ou um verso
Traduzissem ou deixassem antever
A existência ampla  e bela
Do que estou tentando compreender
X- Decepção muda
Decepção muda
Humilhação calada
Quem é você que entra e sai
Vem e se instala
Vai e me contrai?

Que amor de louco senti?
Que mito inconsciente criei?
Que vidas, nessa vida revivi?
De onde esse impossível “resistir”?

Um enorme vazio me ocupa agora
O amor e a dor foram roubados
Não tenho ciúmes, sequer saudades
Só a vontade de ir embora

Um insípido retrato na carteira
Que importância se já nada lhe atribuo
Vontade de rasgar ou devolver
E matar a dor da vida inteira

Noite de vigília obrigatória
O vinho, o rock, a minha história
Quero, por opção olhar pra isso
Mesmo que nada haja senão....
A glória de não ter compromisso.!
XI – mais infeliz impossível
Mais infeliz impossível
Mais distante
Mais vazia
Mais desvinculada
Mais, mais...
Sozinha!!!!

Arre que estou cheia da vida que é por fora
Por dentro, se choro `a alma cheia
Por muito dentro sofro com o mundo,
A vida, as vísceras e ...o Raimundo
Não foi uma solução???
XII - Gostaria
Gostaria que a vida fosse boa por acontecer assim
Não quero morrer mas viver dá tanto trabalho!
No fundo, o que sou é ser covarde
É não querer decidir, brigar, enfrentar...assumir
Falo dos outros: acuso-os de dissimulados, comodistas, alienados
E eu que não passo de tudo isso e muito mais?
Tenho máscaras adequadas para todos os tipos de ocasiões
Tenho comentários mordazes, risos de inteligência, ares de superioridade.
Olham para mim: como é feliz! Como é tranquila e a vida não lhe pesa!
Risos, piadas, conversas alegres...mentira!
Sou triste, sofro, não me encontro
Não tenho ideais reais, ligações objetivas, sentimentos sólidos
Tenho sim sonhos, muitos sonhos
Sonhos que jamais serão realidade porque sonho apenas para esquecer quem sou
E essa vida que desprezo


Xiii - Talvez
Talvez haja um poeta adormecido em mim
Um poeta que é todo sono, todo sensações,
Sem palavras mas com rimas perfeitas para os sentimentos mais essenciais
Um poeta noturno e errante, que faz com que a vida seja bela ao menos por instantes
E eu,  nos braços desse poeta, uma pessoa descansada e confiante.
XIV – Num instante fisológico
Num instante fisiológico, a revelação.
De repente, como numa vertiginosa visão, compreendo.
O filme das complicações, das tristezas, das alegrias, é projetado todo de uma vez.
Não preciso pensar em nada especial para ver tudo
Tenho uma visão global sem nenhuma memória particular.
É como se o pensamento tivesse mil planos e, todos superpostos, fossem a vida toda,
De uma só vez.
Este é o pensamento claro!
Estava tudo planejado!
Que alegria, que tristeza, que medo, que liberdade, que sensação de dever cumprido, que confusão!
Vou contar como aconteceu.
XV- Não perder mais tempo
                                   
Não perder mais tempo!
Olhar a vida de frente
Com garra e força
Mudar tudo de repente

Não mais o sonho por sonho
Não mais a alegria só sonhada
Não mais ser feliz em fantasia
Ser! E com isso produzir alegria!

Não! Ao fardo que é supérfluo
Não! Ao sacrifício que é funesto
Não! Ao ser por ter que ser
Não! À infelicidade de viver

À parte o vazio de ter que viver,
À parte essa alma angustiada,
À parte o sonho inacabado
Fora tudo isso,
É possível ser feliz!
XVI – Às vezes
Às vezes tenho momentos da mais absoluta lucidez
É como se tudo que eu sentisse e pensasse e agisse
Fosse palpável e passível de lógica explicação
Mas à primeira tentativa de verbalização,
Já tudo parece fluido, como quando se abre os olhos
E se esquece do sonho que se tinha tido
XVII- Uma voz
Uma voz falava no coração
Vinha da pele, vinha do peito
E quanto mais gritava mais ia sendo sufocada
Eu te via e tocava o bom, o mau e o feio

Camel, era a vida vivida aventura
As cordas, os ventos, as ondas, as tempestades
Medo, de trocar a terra pelos mares

Que grande ironia!
O que era firme desfez-se em terremoto
Romperam-se todos os nós, todos os laços
E encontro de novo a paz na doce calma dos teus braços

Tarde demais para arrependimentos
Fica disso só um grande ensinamento que agora acho que aprendi:
Não devo à ninguém fidelidade
Só à mim e à minha liberdade
E ao meu projeto de felicidade!
XVIII-De um lado para o outro
De um lado para o outro
De um instante para o outro
Tem sido dura essa passagem
Essa penosa e sofrida aterrissagem.

Das alturas de ser imortal
Das nuvens dos projetos infalíveis
Da segurança da mulher especial
Desaba agora um monte de carne e ossos,
Uma alma irrequieta e banal
Que busca a si mesma no meio dos próprios destroços.

O mundo circunscrito imaginado
A previsibilidade dos fatos,
A receita sempre pronta dos remédios,
Tudo, tudo desfez-se em dúvidas quase sempre sem respostas.

É a vida...
Ai que só agora compreendo que é a vida
O que é essa louca dinâmica que é real,
Esse estar sempre prestes e na iminência
O estar sempre sujeita e ....
Finalmente aprender a ter paciência.
XIX- Falar de amor
Falar de amor sem ser pouco
Quando a voz que sai o som sai rouco
Querer captar o instante, o múltiplo sentido
E nem por isso sentir-se louco.

Poder olhar de frente as visões da alma
Os mares mornos, a tempestade, a calma
Ver de perto a imagem outra
Excitar-se e odiar-se
E nem por isso sentir-se lama.  
XX- AIDS
AIDS
Atitude individual
Arrependimento impensável depois do sexo
Não por amor, só por prazer
Algum, pouco prazer
Arrependimento
Insensatez
Depois do sexo
Pelo sexo
XXI – Não posso
Não posso ouvir música aqui
Traz um aperto
Uma nostalgia do que não foi
Uma vontade de viver outra pessoa, outro lugar
Outra vida.

Não pode ser.
Vida de optar,  vida de decidir
Vida de mudar
Posso?

Tenho sono até a alma
Sono de viver, de pensar, de sentir

Tenho  dois mundos
Um real, como esse quarto e esta mesa e eu ser estatística
E ter uma tese pra fazer e não saber
Outro lindo, diferente. Não sei bem como mas diferente
Livre. Estatística talvez com tese pra fazer
Mas livre
XXI – Queria muito
Queria muito ter um momento criativo
Um momento surrealista, metafórico,
Em que dissesse com beleza e ritmo
Tudo o que me vai na alma

Ser poeta ao menos uma vez
Escrever versos, olhar para eles, me ver e aos meu sentimentos
E não encontrando beleza me conformasse
Voltando à escrita medíocre e à tristeza.
XXII- De baixo do a
 Debaixo do a tem uma janela
Que pertence a um mundo povoado de ideias , sonhos e ideais mal resolvidos.
Debaixo do a a vida para
E continua num eterno vai e vem de sensações bem definidas.
Em cima do a , o céu, os aviões, a ponte aérea
 e o que se vê de lá
é muito menos que embaixo do a.

Embaixo do a a gente se vê de tão perto que se vê torcido
Ora feio, ora bonito
Num jogo de espelhos que empurra pro infinito

O a tem lados, quantos serão?
Em cima o céu
Do lado de cá um l
Do lado de lá o abismo e em baixo a escuridão

A escuridão das almas que habitam embaixo do a
Que de tão escuras se iluminam
Como quem se cansa de estar doente e fica são.
XIV – Não sei se é bom ou mau
Não sei se é bom ou mau
É um misto de paz e distanciamento
Uma leve angústia por trás
Que nome terá esse sentimento?

Vontade de estar só, de ver ninguém
Fantasia de estar com quem ,
Em sonho se ama (me ama)
Bastando isso, sem ir além

Reunião calada de corpos e almas
Esse o maior desejo
Nada pra fazer nem pra falar
Estar quieta e nem por isso deixar de amar.
XXV- I ching
Jogo e ele me diz que tudo bem: sucesso no empreendimento!
Empreeendo não sem dor.
Dorme!
Terei realizado ou não?
Terá havido humilhação ou arrependimento?
XXVI- Ronaldo
Sabe porque não vou morrer de modernismo?
Por que não quero.
Por que nada me vai até a alma. Tenho um pé dentro outro fora da vida.
Só me envolvo até o meio.
Eu sei. Estou de fora. Não vivo. Nunca. Carrego.
Feliz de quem vai morrer de tesão, emoção, irritação, dedicação, amor enfim....
Participação.
Ronaldo, depois dessa acho que preciso de uma pílula de super ego.                                                 
XXVII – Estou triste
Estou triste. Estou muito triste
O sol que existe lá fora,
E que costumava me consolar, já não consola.
A vida que há pela frente, todo mundo, toda gente
Ao invés de me aquecer, me esfria.
Não me sinto só
Tão pouco me sinto parte de qualquer coisa
O mundo que me cerca e era meu, não é mais.
Ruiu, acabou, ficou pra trás.
Eu, fico triste.
O homem que amei está triste
Culpa minha?
Não sei e detestaria que fosse assim.
Ele não pode acreditar em mim. Está magoado e eu o amo.
Como decidir entre um homem e a vida se os dois juntos formam eu?
De qualquer forma perco um pedaço.
Me sinto agora como uma peça que não pertence ao jogo mas que teima em lá estar
Talvez porque o tabuleiro para o qual foi talhada não exista mais.
Me sinto agora como quem acorda de um lindo sonho e não sabe onde está.
Tento, com todas as forças lembrar-me onde foi que dormi
E não consigo
Me sinto partida, esquartejada
Dividida em dois, dez, mil pedaços
Uma parte fica com ele, outra com a casa,
Muitas com o projeto fracassado,
Outras com a fidelidade que sinto que devo às pessoas que me cercam e me querem tão bem.
Me sinto má, sombria.
Sinto-me a causa de um enorme desastre aéreo em que todos estão em estado muito grave
Menos o piloto, que apesar de tudo, parece que se recuperará em breve.
XXVIII- mais uma vez
Mais uma vez subestimei a você, a mim, a nós
Mais uma vez amei e me recusei a escutar essa voz
Estou agora morta de saudades
Olhando insistentemente para um telefone que não toca
Lutando contra a enorme vontade de me dar
E sendo mais uma vez inócua.

Peço perdão por nós dois
Quisera ter dito e sentido tudo que de repente de mim começou a fazer parte
Mas não, deixo tudo pra depois
E agora tenho que viver com a tristeza, castigo de quem prefere ser covarde.

XXIX- Inaugura outra fase
Inaugura agora outra fase!
Outra vida, outro sonho, outro pedaço
Esquece o que até agora foi o laço
Afrouxa que é seu o novo passo!
Que bom, que feliz que já me sinto
Que tola, que bobagem assim sorrindo,
Quero, te quero, a vida sem ansiedade
Adoro isso que vivo sem saudade!
Tudo que agora faço, faço sem mal nem dor,
Tudo que agora quero, quero sem nenhum rancor
Estou feliz. E se for?

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