quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Liberdade

Não quero sair de casa.
Quem está trancada?
Minha forma ou minha alma?

Não abro portas nem janelas
Quem não quer ver nem receber?
Meu defeito do corpo ou meu descaso por ele ser?

Meus pensamentos a cada dia alcançam mais
Construo mundos mentais profundos e  indevassáveis
Sou feliz com eles. Alegrias incompartilháveis!

Não me faço mais cobranças. Deixo-as para quem devo.
Como não assinei promissórias para Deus nem para os homens
Não há quem possa bater à minha porta e dizer: abra!

Como é bom saber que abro se eu quiser!
Como é alegre pensar que saio se eu quiser!
Como é livre sentir que amo se eu quiser!

Todos os dias são lindos quando as pazes estão feitas!
A respiração de fato oxigena quando, por fim, você aceita!
E nem o sono é problema se é você quem decide se se deita!`

Viva a espontaneidade do mais profundo querer, quando é de liberdade que a vida é feita!







3 comentários:

  1. Claudia Montezuma, estou começando a não gostar de você... Que audácia sair por ai, de uma hora pra outra, escrevendo poesia como se fosse a coisa mais fácil e natural do mundo, enquanto pobres escritores e poetas assumidos e reconhecidos sofrem e padecem para seduzir, atrair e domar palavras que possam traduzir suas - e também nossas - emoções, alegrias e angustias!
    Outro belíssimo poema! Em se tratando de liberdade, também em sintonia com a liberdade que hoje a literatura permite em qualquer aspecto da prosa e da poesia: liberdade de forma, de conteudo, de sintaxe, de morfologia, de figuras, etc!
    Adorei o contraste entre a noção de liberdade imposta e a verdadeiramente necessaria. O conceito do ser livre tem que ser desaprendido e reaprendido. Quando a escolha passa a ser da alma, independente de valores externos, a prisão da sensação de inadequação é rompida. E a livre escolha é altamente redentora!
    Bjs.

    Alice

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  2. Alice querida,
    descobri que sou poeta rsrsr Nem sempre de boas poesias, claro. Que bom que vc tem me elogiado.
    Mas sabe porque me pegou de jeito essa "linguagem"? Sinceramente? Porque ela economiza palavras. Em algumas linhas consigo dizer o que precisaria de sei lá quantas para escrever em prosa. Isso me encanta m-u-i-t-o!!!
    Estava aqui sentada na sala, um dia lindo e eu não queria sair. E comecei a ppensar nisso. Concluí que era porque não queria. Quem me obriga? E veio a liberdade. Se fosse contar isso, já entraria a sala, o sol....e não era isso o importante rssr
    Aí me sinto obrigada a buscar a essência do que estou sentindo e isto é maravilhoso. não é fácil achar a essência. Ãs vezes vou escrevendo e reconheço que estou na perfumaria, e apago tudo.
    ãs vezes uso palavras só porque se adequam ao poema mas não ao que estou sentindo, apago também. Mas em geral, uma vez que eu consiga apreender a essência a coisa sai. Umas vezes melhor que outras, tenho consciência disso, mas não fico buscando a perfeição. Quando acho que `miseraavelmente disse o que estava sentindo dou por terminada. É isso. Vou exercitando meu prazer maior. Fora que a poesia expõe muito menoss. Você sabe: "o poeta é um fingidor....." rsrs Bjssssssss

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  3. Você acertou na mosca! A maior virtude da poesia é a sua economia! Por isso nunca serei poeta! Tenho muita dificuldade em escolher poucas palavras, por mais conteudo que encerrem, para escrever o que quer que seja. Invariavelmente me pego usando 3, 4 sinonimos, como se uma só palavra não fosse capaz de expressar o que ela foi criada justamente pra expressar.Simplesmente não parece suficiente. Só os poetas conseguem a proeza de embutir - ou, quando necessario, esvaziar - mil significados em poucas palavras...
    Bj
    Alice

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