segunda-feira, 14 de abril de 2014

Voando ao encontro da poesia

Em algum lugar do meu ser errante tem um mágico tapete mágico.
Me leva pra onde eu quiser se eu disser onde é
O problema é que ou não sei onde ir
Ou se sei, não faço ideia de onde fica
e o tapete anda meio em círculos
Esperando que uma hora eu acerte o nosso real destino.
Ouço um chamado que vem de dentro e de fora ao mesmo tempo
Palavras que começaram segredadas em sussurros , e viraram gritos, desatinos
Vozes que escuto sem compreender ao certo mas que falam noite e dia:
É urgente partir ao encontro da poesia
É irremediavelmente vital alcançar a terra onde lhe espera a fantasia
Me apressei em desenhar o mapa que fizesse o tapete entender nosso trajeto
Queria um mapa certo, que nos conduzisse pelo menos uma vez ao ponto desejado:
Fosse longe ou perto.
Nova ameaça de fracasso.
O caminho ora é escuro ora brilha. Me sinto cega, ofuscada. Me confundo, acho fundo
Sei que a poesia é uma terra distante
Sei que para ser bem recebido é preciso ser brilhante
Sei que há um milhão de trilhas, armadilhas, sedutoras redondilhas
Sei que me esperam a dúvida, o cansaço, as noites acordada, e o fantasma maior: desistir
Enquanto procuro pelo menos um único modo seguro de achar meu lugar enfim
O tapete me pressiona, me apressa, eu desespero
Com calma peço que não se impaciente, que só conheço o presente, que estamos longe do fim
Ele sorri e me diz com ironia e uma ponta de maldade: o princípio também sei onde é.
É onde sempre estivemos:
- na estaca zero

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